União tenta mudar decisão do STF sobre tributação do terço de férias

A União recorreu ao STF para alterar a modulação dos efeitos de uma decisão que determinou a tributação do terço de férias, limitando a cobrança retroativa das contribuições previdenciárias a partir de 15 de setembro de 2020.

A União recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) com o objetivo de modificar a interpretação da Corte sobre a tributação do terço de férias. O recurso, conhecido como embargos de declaração, busca alterar a modulação dos efeitos da decisão que restringiu a cobrança de contribuição previdenciária sobre esse valor pago ao trabalhador antes do período de descanso.

Em 2020, o STF determinou que o terço de férias é considerado uma remuneração pelo trabalho, sujeitando-se, portanto, às contribuições sociais. No entanto, a Corte estabeleceu uma modulação para limitar a incidência tributária sobre o terço de férias, restrita ao período a partir de 15 de setembro de 2020.

Sem essa modulação, a decisão poderia gerar uma cobrança retroativa que, de acordo com estimativas da Associação Brasileira de Advocacia Tributária (Abat), ficaria entre R$ 80 bilhões e R$ 100 bilhões. Agora, a União busca alterar essa modulação.

O STF entendeu que as empresas devem recolher contribuição previdenciária sobre o valor do terço constitucional de férias, considerando que ele tem caráter remuneratório, ou seja, é um valor pago de forma habitual e com finalidade retributiva, e não indenizatória. A decisão foi tomada no julgamento do Recurso Extraordinário nº 1.072.485 (Tema nº 985 da Repercussão Geral). A tributação inclui a contribuição previdenciária patronal, o Seguro de Acidente de Trabalho (SAT) ajustado pelo Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e outras contribuições destinadas a entidades como Sesi, Senai, Sesc, entre outras.

A modulação dos efeitos dessa decisão estabelece que a contribuição sobre o terço de férias só passa a ser exigida a partir de 15 de setembro de 2020. Para as empresas que estavam questionando judicialmente a cobrança, essa modulação também as protege de cobranças retroativas, isentando-as de pagar contribuições sobre o terço de férias de períodos anteriores a essa data, salvo para aquelas que já haviam efetuado o pagamento sem contestação.

Caso a modulação dos efeitos seja alterada, as empresas poderão ser obrigadas a pagar a contribuição previdenciária de forma retroativa, alcançando períodos anteriores a 15 de setembro de 2020. Isso geraria um grande impacto financeiro, pois as empresas teriam que arcar com tributos inesperados e poderiam enfrentar autuações fiscais e disputas jurídicas.

Fonte:
https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2024/10/19/uniao-tenta-mudar-decisao-do-stf-sobre-tributacao-do-terco-de-ferias-entenda.ghtml

Regulamentação de novo programa de transação está prevista para dezembro

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) está preparando a regulamentação do Programa de Transação Integral (PTI) para dezembro, que permitirá a negociação de créditos tributários em litígios com grandes contribuintes.

A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) está preparando para o início de dezembro a regulamentação do Programa de Transação Integral (PTI), que permitirá a negociação de créditos tributários em litígios com grandes contribuintes, conforme informou a procuradora-geral Anelize Almeida ao Valor. O PTI é uma das estratégias do ministro Fernando Haddad para tentar alcançar o equilíbrio fiscal em 2025, e foi uma demanda das maiores empresas do Brasil ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

A PGFN estima que a recuperação de créditos tributários possa gerar até R$ 90 bilhões para os cofres da União no próximo ano, somando a recuperação tradicional da dívida ativa, tanto por cobrança quanto por negociação, a transação de teses tributárias e o PTI.

O PTI abrangerá duas modalidades de transação tributária: uma para créditos inscritos na dívida ativa e com cobrança judicializada, e outra para grandes teses em disputa, o que já foi realizado neste ano e será expandido em 2025. Os descontos podem chegar até 65%.

No caso da “transação na cobrança de créditos judicializados de alto impacto econômico, com base no Potencial Razoável de Recuperação do Crédito Judicializado (PRJ)”, a PGFN está desenvolvendo uma metodologia para, a cada pedido de negociação, avaliar a viabilidade da transação e determinar o máximo de desconto que pode ser concedido ao contribuinte.

O governo espera arrecadar R$ 26 bilhões com o programa de transação em 2025, sendo R$ 15,45 bilhões provenientes da negociação individual com os maiores contribuintes, uma novidade, já que antes apenas os contribuintes com dificuldades em pagar seus débitos podiam negociar com a Fazenda, que então era obrigada a cobrar os valores de forma administrativa e judicial.

Inicialmente, devem ser publicados cerca de quatro editais sobre grandes teses para negociação com os contribuintes, seguindo o modelo adotado este ano, quando a PGFN arrecadou R$ 12,8 bilhões, principalmente por meio de acordos com a Petrobras.

Entre os primeiros editais estarão teses como: contribuições previdenciárias sobre valores pagos a título de participação nos lucros e resultados das empresas, insumos produzidos na Zona Franca de Manaus e utilizados na produção de bebidas não alcoólicas, além de um edital relacionado à dedução da base de cálculo do PIS/Cofins pelas instituições arrendadoras, no caso de estornos de depreciação de bens no encerramento de contratos de arrendamento mercantil.

Fonte:
https://valor.globo.com/legislacao/noticia/2024/10/16/regulamentacao-de-novo-programa-de-transacao-esta-prevista-para-dezembro.ghtml

Empresas de SP pedem mais prazo para pagamento de impostos após apagão vivido na cidade

Após o apagão que afetou São Paulo nos últimos dias, a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares (Fhoresp) solicitou ao governo estadual a prorrogação do prazo para o pagamento de impostos de cerca de 250 mil estabelecimentos impactados.

Após o apagão que afetou São Paulo nos últimos dias, com algumas áreas sem energia por até cinco dias, a Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo (Fhoresp) fez um pedido ao governo estadual para estender o prazo de pagamento dos impostos para os estabelecimentos do setor.

A federação solicitou que o vencimento dos tributos fosse prorrogado para cerca de 250 mil empresas impactadas pela falta de energia.

Para Edson Pinto, diretor executivo da Fhoresp, essa prorrogação é essencial para a sobrevivência de muitas empresas. Ele afirmou: “É fundamental para a continuidade das operações de milhares de estabelecimentos. Estamos pedindo ao governo que considere prorrogar o prazo de pagamento dos impostos, dando mais tempo para que as empresas atingidas pelo apagão possam quitar suas dívidas. Isso ajudaria especialmente no primeiro momento, e também contribuiria para a preservação de empregos. Os poderes executivos têm a capacidade de tomar essa decisão.”

As fortes chuvas e ventos que atingiram diversas cidades paulistas na sexta-feira (11) causaram sete mortes, quedas de árvores e deixaram ao menos 2 milhões de pessoas sem energia elétrica. Ainda nesta quinta-feira (17), a empresa Enel informou que 36 mil consumidores na Grande São Paulo continuavam sem fornecimento de luz.

A Fhoresp estima que o apagão causou prejuízos de cerca de R$ 150 milhões para o setor nos primeiros quatro dias de interrupção de energia. O maior impacto foi para micro e pequenos empresários, que têm lucros baixos e não têm recursos suficientes para cobrir os danos causados pela falta de energia.

“O que está acontecendo é inaceitável. Quem vai arcar com os prejuízos de seis dias de apagão? Essas empresas mal conseguem retirar um pró-labore para a sobrevivência diária de seus donos e suas famílias”, questionou Pinto.

No início da semana, a federação já havia solicitado à Enel o restabelecimento imediato da energia em bares e restaurantes. A Secretaria da Fazenda e do Planejamento do governo paulista, procurada pela Agência Brasil, informou que o pedido foi recebido e está sendo analisado pela equipe técnica.

Fonte:
https://www.contabeis.com.br/noticias/67593/empresas-de-sp-pedem-prorrogacao-de-impostos-apos-apagao/

Avanço da regulamentação da reforma tributária no Senado é adiado

A apresentação do plano de trabalho para a regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado foi adiada devido ao afastamento do relator, senador Eduardo Braga.

A apresentação do plano de trabalho para a regulamentação da reforma tributária (PLP 68/24), que estava agendada para esta quarta-feira (16/10) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, foi adiada. O relator, senador Eduardo Braga (MDB-AM), informou que se afastará das atividades até o dia 20 de outubro por motivos médicos, após realizar uma cirurgia. Com isso, a apresentação foi reagendada para o dia 23 de outubro, durante a próxima reunião da CCJ.

O plano de trabalho marca o início da tramitação formal do projeto no Senado, que, após ser aprovado na CCJ, ainda precisará ser analisado em plenário. Nesse documento, o relator define os prazos, a agenda de trabalho e a data prevista para a entrega do relatório que será discutido pelos membros da comissão.

O governo, assim como as presidências da Câmara e do Senado, espera que o projeto seja aprovado ainda neste ano. Contudo, com o segundo turno das eleições municipais, as negociações devem se intensificar apenas após as eleições. O PLP 68/24 é a principal proposta para regulamentar a reforma tributária, abordando temas como o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), a Contribuição Social sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto Seletivo (IS).

Simultaneamente, o governo espera que a Câmara dos Deputados finalize a votação da segunda fase da regulamentação por meio do PLP 108/24, que teve o texto-base aprovado em agosto, mas ainda depende da análise dos destaques para seguir ao Senado. Nos bastidores, há uma avaliação de que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem segurado a proposta devido à retirada da urgência constitucional do PLP 68/24 no Senado, o que levou os deputados a aprová-lo de maneira apressada.

A retirada da urgência foi formalizada em 23 de setembro, quando o governo solicitou a mudança. A urgência constitucional é um mecanismo que acelera a tramitação de projetos de iniciativa do Executivo, obrigando ambas as Casas a aprovarem o texto em até 45 dias, sob o risco de trancar a pauta legislativa.

Fonte:
https://www.jota.info/tributos/avanco-da-regulamentacao-da-reforma-tributaria-no-senado-e-adiado

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